A cultura corporativa nunca sofreu transformações tão rápidas no mundo dos negócios.
Um relatório recente do LinkedIn, a maior rede social profissional do mundo, trouxe importantes insights comportamentais extraídos a partir de bilhões de dados criados por mais de 800 milhões de usuários do LinkedIn, em mais de 200 países.
A análise para a construção desse relatório Tendências globais de talentos 2022 contém dados entre os anos de 2019 e setembro de 2021. Grande parte das conclusões desse relatório ocorreram através da análise de palavras-chave, incluindo: cultura corporativa, flexibilidade e bem-estar, principalmente.
Tais palavras-chave foram geradas na plataforma social a partir de: anúncios de vagas, publicações de empresas e de usuários da plataforma no mundo todo.
Nesse contexto, nota-se que a cultura corporativa está sendo reinventada, o que foi ocasionado por alguns fatores, tais como a pandemia de 2020, uma maior aceleração da automação nos mercados, maior ascensão da Geração Z, bem como dos Millennials.
Acredito que todo Gestor e Líder precisa conhecer esse relatório e passo aqui alguns dados reveladores que chamou muito minha atenção. Para não ficar muito extenso, dividi o assunto em duas partes. A próxima postarei como artigo na próxima semana.
Continue na leitura deste artigo para entender mais sobre a nova cultura corporativa, conforme a pesquisa do LinkedIn.
A cultura em um processo de construção
A cultura corporativa vem sendo remodelada de forma nunca vista. Esta pesquisa do LinkedIn foi baseada também a partir de conversas com líderes de talentos no mundo todo, além das ações realizadas ou buscadas dentro dessa plataforma.
Descubra neste artigo (e no próximo) como ocorrem as mudanças na cultura e como elas sintonizam com a estratégia do seu negócio como gestor, líder e empreendedor.
Antecipadamente, a cultura corporativa se tornou o principal ativo para as corporações, no mundo todo.
Então, a cultura organizacional vem passando por um momento em que os funcionários vêm tendo mais liberdade para trabalharem de onde e quando desejarem e estão buscando mais bem-estar.
Por isso, os líderes dos negócios estão repensando suas formas de trabalhar, a cultura como um todo e seus valores. E os funcionários vêm repensado como trabalham, de onde e porquê.
E, a busca por novos empregos, por parte dos profissionais, vem sendo marcada pela necessidade de maior empatia, propósito e flexibilidade, principalmente.
As empresas que ficam apegadas à estrutura organizacional antiga e às práticas arcaicas, vão ter dificuldade em manter seus talentos, diz Lars Schmidt fundador da Amplify.
A evolução da cultura corporativa
Vamos ver como a cultura corporativa foi caracterizada em cinco momentos, bem como ela se encontra, hoje:
Década de 1950
- Antes, notava-se uma rigidez hierárquica enorme nas empresas. Posteriormente à Segunda Guerra Mundial, havia uma estrutura rígida nas empresas. Haviam salas grandes e inacessíveis, apenas para as pessoas da alta administração.
- Os colaboradores trabalhavam de qualquer jeito, enquanto o foco das empresas era aumentar a produtividade e diminuir a privacidade desse pessoal.
Década de 1970
- Algumas mudanças, como a aprovação de leis que combatiam a discriminação, e outras de cunho social permitiram as mulheres chegarem ao mercado de trabalho.
- Embora elas ainda permaneceram nas funções operacionais, pois as funções gerenciais eram dos homens.
- Naquela ocasião, houve ainda uma maior flexibilização no código de vestimenta e de apresentação do pessoal.
Década de 1990
- Nessa década, passou a ser mais comum as reestruturações e, consequentemente, as demissões, uma vez que as empresas buscavam o corte de custos. Havia grande insegurança dos funcionários em relação aos seus empregos. Expressões como “downsizing”, “resizing” e “reengenharia” tornou-se comum e temidas nas empresas.
- Os colaboradores trabalhavam em pequenos espaços nas empresas, o que elevava ainda mais insatisfações com o empregador.
Anos 2000
- Nesse período, houve a ascensão da cultura das startups de tecnologia, o que trouxe uma revolução para os ambientes de trabalho.
- Assim, startups, como o Google, vieram para redefinir a cultura corporativa e trouxe grandes influências para empresas de outros segmentos de mercado.
- Nesse momento, começou a haver uma competição pelos talentos, e, com isso, as empresas flexibilizaram suas práticas de Gestão de Pessoas e começaram a oferecer regalias aos colaboradores.
- No ambiente de trabalho, havia mais colaboração entre o pessoal.
Anos 2020
- Agora, como consequência da pandemia causada pelo Covid-19, os colaboradores começaram a avaliar melhor suas prioridades na vida.
- E, isso levou os empregadores a buscarem a satisfação pessoal, bem-estar e saúde mental dos colaboradores.
- Com isso, as empesas passaram a criar políticas, de modo que o pessoal se sentisse mais cuidado como seres humanos e não somente como trabalhadores.
- Assim, abriu se espaço para uma maior colaboração entre empresa e colaboradores, tendo como base uma maior confiança e empatia nas relações de trabalho.
- Desse modo, nota-se uma busca pela criação de uma cultura corporativa mais equitativa.
O que as pessoas priorizam, hoje, na escolha do local de trabalho
Segundo a pesquisa, as pessoas vêm buscando mais realização pessoal e equilíbrio entre vida pessoal e profissional ao escolherem uma empresa para trabalhar.
Nesse sentido, Judy Jackson, Diretora Global de Cultura e engajamento na WPP conclui:
“A importância da cultura está no fato das pessoas saberem que possuem escolhas, e que essas escolhas vão além da empresa ou do salário que ganham. As escolhas giram em torno do enriquecimento pessoal, aprendizados, de nutrir a alma. E, para elas, o sentido de realização pessoal tem prioridade sobre dinheiro e local de trabalho.”
Com isso, notamos grande preocupação das pessoas em busca de bem-estar, realização pessoal e novos aprendizados.
Desse modo, segundo esse relatório do LinkedIn, para quem busca um emprego, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é maior que a condição financeira, como mostram esses dados, sobre os profissionais e suas escolhas:
E, os profissionais (59% deles) consideram que para aprimorar a cultura corporativa é preciso iniciar pelo desenvolvimento profissional. Em seguida, vem a prática da flexibilidade no trabalho, com 48%, segundo os profissionais pesquisados.
Aprendizados finais
Por fim, nota-se que essa pesquisa do LinkedIn, sobre Tendências Globais de Talentos, mostrou a cultura corporativa como um ativo organizacional muito importante.
E as empresas e líderes gestores que ignorarem esse fato e deixarem de aprimorar sua cultura, buscando se alinhar a esse novo contexto social, estarão próximas de perderem competitividade por não conseguirem atrair talentos ou perder os que já possuem.
Para ler o relatório completo, acesse: https://lnkd.in/gyxQrPkG
Até o próximo artigo!
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